Páginas

13 de dez. de 2014

Jogos Vorazes - Resenha



Após o fim da América do Norte, uma nova nação chamada Panem surge. Formada por doze distritos, é comandada com mão de ferro pela Capital. Uma das formas com que demonstram seu poder sobre o resto do carente país é com Jogos Vorazes, uma competição anual transmitida ao vivo pela televisão, em que um garoto e uma garota de doze a dezoito anos de cada distrito são selecionados e obrigados a lutar até a morte! Para evitar que sua irmã seja a mais nova vítima do programa, Katniss se oferece para participar em seu lugar. Vinda do empobrecido distrito 12, ela sabe como sobreviver em um ambiente hostil. Peeta, um garoto que ajudou sua família no passado, também foi selecionado. Caso vença, terá fama e fortuna. Se perder, morre. Mas para ganhar a competição, será preciso muito mais do que habilidade. Até onde Katniss estará disposta a ir para ser vitoriosa nos Jogos Vorazes?


Considerações
Não tive nenhum contato com Jogos Vorazes até ele ser anunciado como próxima estreia dos cinemas. Confesso que, a princípio, fiquei com os dois pés atrás. Não me lembro em qual revista li algo sobre o enredo ser bem atual, por transmitir os jogos sangrentos como o Big Brother. De verdade, dá pra esperar algo de muito bom vindo daí?
Assisti o primeiro filme cheia de críticas e não consegui enxergar nas entrelinhas. Depois que li os livros, percebi mais coisas a respeito do filme que, só assistindo, não consegui ver. Porém, nem o primeiro filme me cativou. Numa ano que passe estudando quase o tempo todo, tudo o que lia era extremamente selecionado, e Jogos Vorazes não foi pra minha estante de seleções.
Daí veio o segundo filme, um arraso, e percebi o quanto eu devia estar enganada sobre a obra. Corri pra Biblioteca Municipal e consegui, depois de quase dois meses de idas e vindas com outros livros, finalmente ter o primeiro livro nas mãos – se um livro não para na biblioteca, deve ter um bom motivo, né? Aí sim, vamos à história.
Jogos Vorazes é uma distopia – o contrário de uma utopia, uma alternativa para o mundo atual onde as coisas não são nada animadoras. Panem, onde se passa a história, é uma espécie de conglomerado de doze distritos equivalentes a cidades, onde cada distrito é responsável por uma atividade que sustenta toda a nação Panem. A protagonista Katniss vive no Distrito 12, responsável pela mineração, o mais pobre e mais esquecido pela Capital, o único local que realmente vê todo o resultado de trabalho de cada um dos distritos.
Para manter as engrenagens funcionando e provar que todos os distritos estão sob o domínio da Capital e que revoltas não são toleradas, anualmente são realizados os Jogos Vorazes – uma punição por uma revolta ocorrida 74 anos antes dos eventos da história. Os tais jogos, organizados pela Capital, obrigam cada distrito a fornecer tributos: duas crianças entre 12 e 17 anos, um menino e uma menina, para disputarem os jogos. O tributo recebe todo tipo de mimo – comidas gostosas, tratamento completo de beleza, roupas e hospedagem de primeira, e o vencedor garante um estoque extra de comida para seu distrito e uma vida posterior de riqueza, mas ninguém está ansioso por participar dos jogos, pelo contrário. Isso porque os Jogos Vorazes são jogos de sobrevivência, onde quem ganha é o único a permanecer vivo. E todos os Distritos são obrigados a assistir os Jogos, transmitidos de todos os ângulos, e testemunharem a morte de suas crianças para se lembrarem de jamais desafiarem a Capital.
Quando a irmã mais nova de Katniss é selecionada, ela prontamente se oferece no lugar da garota, e é neste momento que começa a história toda. Katniss é levada ao mundo fingido da Capital e ela e seu parceiro de Distrito Peeta percebem que o jogo é muito maior do que o que aparece na TV. Juntos, transformam-se num casal enamorado, cujo destino terrível de terminar nos Jogos objetiva cativar os expectadores endinheirados para que lhes mandem patrocínio: remédios, comida, coisas do tipo.
A trama é original e o modo como ela é contada, sempre em primeira pessoa pelos olhos de Katniss, transforma o leitor na própria protagonista, e ele literalmente sente o que ela está sentindo. Cada golpe sofrido durante os jogos, a confusão por deixar seu companheiro e amor verdadeiro no Distrito e fingir um romance inexistente com o rapaz com quem disputa os Jogos e que deve morrer para que ela viva, tudo coloca o leitor na pele de Katniss.
O mais interessante, porém, é que é possível enxergar muito nas entrelinhas, e mais que um jogo de sobrevivência na arena, (cruelmente elaborada para ser fatal, por sinal) Katniss percebe que cada gesto que faz e cada palavra que dá são mais perigosas que as armadilhas de vespas teleguiadas que ela enfrenta, pois mais que um jogo de sobrevivência, os Jogos Vorazes são um jogo político, e mexer com este equilíbrio pode custar caro.
O fim é triunfal e deixa claro que os Jogos continuarão e mais brutais do que nunca, e que o que quer que tenha acontecido, não será perdoado.
Só me resta dizer que li este livro em dois dias, num fim de semana, o que não é pouca coisa para um livro de 400 páginas mais ou menos. É completamente viciante, e a adaptação no cinema, embora extremamente fiel, não consegue passar toda a carga de emoções que sentimos ao entrar na pele de Katniss. Se você ainda não leu, não perca mais tempo. Tenho certeza de que vai encontrar uma cópia fácil, fácil!




Nenhum comentário:

Postar um comentário